quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A mobilidade por bicicleta e o anti-jornalismo

 8/12/2010 – Por Uirá Lourenço (Servidor público e ciclista por opção)



Resolvi escrever sobre dois temas que me fascinam: mobilidade urbana e jornalismo. Alguns fatos recentes me fizeram pensar mais na relação entre os assuntos. Na verdade, o estopim se deu após a notícia veiculada no jornal O Diário, de Maringá (Paraná), no dia 3 de dezembro.

A matéria cita Brasília como exemplo de investimento em transporte por bicicleta. Os dados do Distrito Federal apresentados no texto – quase 130 km de ciclovias e 400 mil usuários de bicicleta como meio de transporte – não condizem com a realidade e escondem os riscos dos que optam pela bicicleta no agressivo trânsito da capital federal.

O verdadeiro jornalismo compromete-se com a verdade. A apuração dos dados “oficiais” enviados pelo governo mostra-se fundamental. Uma análise mais detalhada, entrevistas com usuários de bicicleta ou uma simples pedalada revelaria o verdadeiro contexto de Brasília.

A matéria afirma: “Até 2009, de acordo com o governo do Distrito Federal, eram quase 130 quilômetros lineares de ciclovias, construídas ao custo de R$ 7,5 milhões.” A própria página do Programa Cicloviário do Distrito Federal (Pedala-DF) informa que são 42 km de ciclovias. Vale lembrar o conceito de ciclovia – via totalmente segregada do tráfego motorizado. Ou seja, não se podem incluir acostamentos, ciclofaixas nem os percursos na terra abertos nos amplos canteiros por pedestres e ciclistas que não dispõem de espaço seguro (os chamados caminhos de rato).
Trilha no canteiro – ciclovia, calçada ou improviso?

O que dizer de tamanha discrepância nos números? Possivelmente, o texto foi escrito por alguém que imagina uma cidade ideal cortada por centenas de quilômetros de ciclovia. Alguém que desconhece a cidade, não usa a magrela no dia a dia e ainda crê na solução mágica da palavra ciclovia.

Da mesma forma, o número de usuários de bicicleta apresentado está errado, excessivo. Desconheço uma fonte que forneça números confiáveis de ciclistas no DF (geralmente, os dados estatísticos referem-se ao trânsito motorizado), mas afirmo com tranquilidade que a proporção de ciclistas é muito menor. Uma olhada de relance em qualquer via revela a desproporção entre carros e bicicletas. Com 400 mil ciclistas para uma população de cerca de 2,5 milhões teríamos uma Brasília muito mais agradável.
Ciclista espremido pelos carros na EPTG (“Linha Verde”)


Precisamos de muito mais para sentir os benefícios da cultura ciclística presente em Copenhague e Amsterdam, onde a bicicleta é utilizada em quase metade dos deslocamentos diários. É necessário ter segurança no trânsito, campanhas educativas, fiscalização das infrações (alguém já viu um motorista ser multado por não dar preferência ao ciclista ou por tirar fina, conforme prevê o código de trânsito?), moderação de tráfego (velocidade menor nas vias incentiva os deslocamentos a pé e por bicicleta).

É necessário que os gestores públicos e jornalistas comecem a pedalar. Já que, no discurso, muitos veneram a bicicleta como opção limpa e saudável de transporte, gostaria de ver secretários de transporte, diretores de órgãos de trânsito e prefeitos indo ao trabalho e às compras de bicicleta. Que belo exemplo seria aos demais cidadãos.

Sorocaba e as bicicletas

Sorocaba sediou, no início deste mês, a segunda edição do Bicicultura, evento que reúne pessoas engajadas na luta por uma mobilidade sustentável, com foco na bicicleta. A cidade é um exemplo de que só investimento direto em ciclovia não basta. Apesar de já contar com 65 quilômetros de vias vermelhas para ciclistas, o fluxo de usuários ainda é baixo. E o tráfego de ciclistas fora da ciclovia revela-se agressivo. As garantias de circulação de pedestres e ciclistas previstas no código de trânsito, como a preferência nos cruzamentos, são desrespeitadas.

Uma notícia do jornal impresso Cruzeiro do Sul, de Sorocaba, demonstra mais um caso de anti-jornalismo. Durante o Bicicultura, eu mais outros colegas ciclistas conversamos com o prefeito, Vitor Lippi, que havia proferido palestra. Parabenizei o trabalho realizado na cidade e comentei sobre alguns problemas detectados ao pedalar pela cidade, em especial a tinta usada na pintura da ciclovia e o risco do tráfego compartilhado fora das vias exclusivas para ciclistas.

No dia seguinte (3/12), descobri que fui citado numa matéria sobre ciclovias. Eu sequer dei entrevista para qualquer jornalista. Resumindo o caso, o suposto profissional da área de jornalismo ouviu a conversa com o prefeito, fez as anotações que quis, perguntou meu nome para alguma pessoa do evento e expôs críticas ao prefeito com base em minhas declarações. Curiosamente, a matéria não informa que, no início da conversa, eu havia elogiado o investimento no transporte por bicicleta.

Não bastassem o desconhecimento e o descaso governamentais com o a mobilidade sustentável, os cicloativistas ainda têm que lidar com o desserviço prestado por jornalistas sem conhecimento do assunto ou mal-intencionados.

Confira as duas matérias mencionadas no artigo.
- Notícia veiculada no jornal O Diário (Maringá-PR):

- Notícia publicada no jornal Cruzeiro do Sul (Sorocaba-SP):

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

sábado, 11 de setembro de 2010

BICICLETADA - Dia Mundial Sem Carro



Este sábado (11-09-2010), Maringá contou com mais uma edição da BICICLETADA, reunindo ciclistas preocupados com a segurança e falta de espaço para os ciclistas na cidade, mas também muito animados para incentivar o público presente nas ruas a pedalar, com o coro “MAIS bicicleta, MENOS carro” ou “ESTA TUDO PARADO? – VÁ DE BICICLETA”.
Os participantes também distribuíram panfletos orientando motoristas sobre o respeito aos ciclistas, previsto no Código Brasileiro de Trânsito e convidou os mesmos a deixarem o carro em casa, uma vez que esta edição da Bicicletada celebra a chegada do dia Mundial Sem Carro (22 de setembro), dia em que muitas cidades do mundo e do Brasil realizam diversas atividades que promovam o desincentivo ao uso do carro nos centros urbanos e procuram mostrar os benefícios de uma cidade mais voltada para as pessoas e não somente para os automotores.
O trânsito em Maringá está a cada dia mais complicado, mas será que vale a pena insistir em investimentos milionários, colocando mais carros nas ruas e deixando cada vez mais os pedestres e os ciclistas sem espaço? Existem experiências que comprovam a insustentabilidade desse modelo carrocrático, portanto Maringá, ser moderna, é romper com o tradicional, é oferecer mais espaço para as pessoas e não para os carros.

domingo, 29 de agosto de 2010

Maratona de revezamento e ciclovias de domingo

Hoje o centro de Maringá amanheceu diferente, devido a realização da Maratona de revezamento "Pare de fumar correndo". As ruas por onde passaram os atletas, foram interditadas no período entre 7 horas da manhã e 13 horas. Este ano o evento registrou número recorde de equipes inscritas. São 290, totalizando 2.344 atletas, que se revezarão no percurso de 42.195 metros.
Foram desenvolvidades diversas atividades recreativas e alguns exames gratuitos, alem do tabalho de conscientização quanto a prática de exercícios visando a melhoria da qualidade de vida.
Infelizmente iniciativas como esta são raras em Maringá, em algumas cidades do país (Bauru, Brasília, Rio de Janeiro entre outras) o domingo é reservado as pessoas com o fechamento de ruas aos veículos motorizados sendo permitido o tráfego de ciclistas, pedestres e outros modos de transporte e recreação não motorizados.

domingo, 15 de agosto de 2010

Ciclistas nas rodovias



Fonte: PARANATV
A reportagem exibida em 27 de julho mostra os problemas que os ciclistas encontram em rodovias que ligam Maringá as cidades vizinhas. Tudo seria facilmente resolvido se existissem ciclovias em condições de uso. Cito por exemplo a via existente entre Maringá e Paiçandú que está em péssimo estado de conservação, obrigando aos ciclistas trafegarem na rodovia, juntamente com os veículos motorizados.

De acordo com a fala da reporter "..em alguns pontos, como neste viaduto, passam colados nos veículos", somos induzidos a pensar que a culpa é do ciclista, mas o Código de Trânsito Brasileiro(CTB) demonstra que neste caso, não há descumprimento da lei pelo ciclista e sim pelo motorista:

"Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores. "

"Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua utilização, classificam-se em:

I - vias urbanas:
a) via de trânsito rápido;
b) via arterial;
c) via coletora;
d) via local;

II - vias rurais:
a) rodovias;
b) estradas."


"Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:

Infração - média;

Penalidade - multa.


Os ciclistas também tem sua parcela de culpa, ao andar na contramão ou arriscar sua vida na tranposição do muro divisório da rodovia. O CTB impõe as normas e atribui multas a pedestres e ciclistas, entretanto mais de 10 anos se passaram e não é possível fazer cumprir estas deliberações. Segundo o Capitão Paschoal a polícia tem feito o trabalho de orientação e conscientização e salienta que o motorista deve guardar a distância lateral nas ultrapassangens(artigo 201-CTB), alertando também sobre a obrigatoriedade de itens de segurança:

"Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN:
...

VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo.
...

§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os encarroçadores de veículos e os revendedores devem comercializar os seus veículos com os equipamentos obrigatórios definidos neste artigo, e com os demais estabelecidos pelo CONTRAN. "


Como dito anteriormente, algumas regulamentações não tem sido postas em prática. Deveria haver fiscalização nas lojas que comercializam bicicletas para que estes veículos não sejam comercialiazidos sem os itens de segurança e também uma campanha de conscientização com ciclistas e empresas de modo a equipar as bicicletas usadas. Vale a pena lembrar que a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou em caráter conclusivo, o Projeto de Lei 2956/04, do deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), que acaba com a obrigatoriedade de as bicicletas terem campainha e espelho retrovisor, aguardando análise do Senado.

O excesso de velocidade dos motoristas nas ultrapassagens também não é punido, embora previsto no CTB:

Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito:
(...)
XIII - ao ultrapassar ciclista:

Infração - grave;

Penalidade - multa;
"

A opção pelo uso da bicicleta no transporte diário é motivada principalmente pela economia de tempo, dinheiro e melhoria da qualidade de vida. O modelo motorizado tem feito diversas vítimas, gerando ônus para o estado,muitas mortes e acidentes. Algo precisa ser fieto para que as pessoas que optaram por um modelo de transporte não poluente e sustentável se sintam seguras para efetuar seus deslocamenos. A imprudência tem sido uma das maiores causas de acidentes, é necessário um trabalho de conscientização e educação para o trânsito, adoção de medidas mais severas e tornar mais frequentes operações como blitz e o "Tolerância Zero".

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

TOLERÂNCIA ZERO


Foto

Maringá, ao declarar tolerância zero no trânsito, declara-se, portanto, que até então que as autoridades estavam sendo tolerantes. Fiscalização é necessária e sempre bem vinda, mas se essa medida foi tomada em razão do crescimento nas mortes no trânsito em Maringá, é bom lembrar que essas mortes não possuem relação nenhuma com impostos atrasados em uma semana, extintores vencidos ou uma luz de freio queimada. Responsáveis pela maioria dos acidentes são imprudentes que furam sinal vermelho e não respeitam a velocidade, os quais poderiam ser facilmente flagrados em qualquer hora do dia nas principais avenidas e cruzamentos, ao invés de uma enorme blitze.

terça-feira, 29 de junho de 2010

PEDÁGIO URBANO



Foto: Blog Reporter Agnaldo Vieira


Você já imaginou retirar o seu carro da garagem e instantaneamente ser rastreado via satélite para ser cobrado km a km do seu deslocamento no perímetro da cidade? – Pois essa é a medida que a Holanda vai fazer a fim de reduzir os congestionamentos. País exemplar na adoção e incentivo aos transportes alternativos como a bicicleta, pretende seguir o exemplo de Londres, onde o pedágio urbano já é cobrado desde 2003, com significativos resultados.
Pensar que seria muito cedo para adotar essa prática aqui no Brasil, é bom lembrar que Singapura implantou o pedágio em 1975 e obteve 40% de redução nos congestionamentos.
Muitas cidades brasileiras estão perdendo a oportunidade de ao menos estudar essa possibilidade, uma vez que os seus resultados tendem a ser muito positivos para a mobilidade urbana, pois o dinheiro arrecadado pode se reverter em melhorias para o transporte coletivo e alternativo em detrimento do transporte individual.
O conforto de se sair de casa a quatro rodas, ar-condicionado, cem cavalos, seis metros quadrados, cinco lugares e um ocupante terá de ter o seu preço, que deverá ser muito maior que a soma da prestação do financiamento, o combustível, o óleo, a manutenção, pneus, limpeza, seguro e IPVA.


Fonte: Editado a partir de VEJA

“Uma em cada três mortes é por atropelamento”

ODiario
Os números mostram claramente a prova de que em Maringá não se cumpre o princípio básico do Código de Trânsito Brasileiro que á a preferência de pedestres e ciclistas frente aos veículos motorizados. Além disso, esses números ilustram muito bem a atual política de trânsito em Maringá, que preza apenas pelas necessidades dos carros e não das pessoas, que muitas vezes são obrigadas a se submetem ao risco por não haver infra-estrutura suficiente destinada a sua segurança.

domingo, 20 de junho de 2010

Triste realidade

Brasília, assim como Maringá, é conhecida por ser uma cidade planejada, ambas foram criadas a poucas décadas e já apresentam diversos problemas em relação ao trânsito. A única diferença é que lá já existem grupos de ciclistas organizados e muita cobrança e envolvimento nos assuntos relacionados a mobilidade urbana, enquanto em nossa cidade a movimentação é tímida.


Transportes: o exemplo de Brasília
Publicado no Correio Braziliense de 19/6/2010

# Gustavo Souto Maior

Presidente do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram)

Como presidente do órgão ambiental do Distrito Federal e também como cidadão que mora em Brasília há 31 anos, vejo a cidade, que é a capital da República e a única da era moderna considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, dar um péssimo exemplo no quesito transporte e mobilidade urbana.

Com apenas 50 anos de vida, Brasília está na contramão do que hoje é considerada uma política moderna de transportes nas grandes cidades e capitais do mundo, e que se resume numa frase: tirar o carro da rua. É necessário criar alternativas que estimulem o cidadão a usar o transporte coletivo e andar mais a pé e de bicicleta.

No Brasil, e também em Brasília, faz-se o contrário. Estimulam-se cada vez mais carros a entupirem nossas ruas e avenidas, facilitando a aquisição de veículos com créditos e redução de impostos e criando mais facilidades para o transporte por carro. São criadas novas pistas, duplicadas rodovias, ampliados cada vez mais os estacionamentos. Sabe-se que tudo isso são ações paliativas e temporárias, pois logo o caos no trânsito se instala novamente.

Integrei a delegação brasileira que participou da Conferência do Clima (COP-15), em Copenhague, Dinamarca, e pude ver de perto o belo exemplo que a capital dinamarquesa dá ao mundo em relação a formas mais sustentáveis de transporte e mobilidade urbana.

Dados do governo local indicam que 40% da população de Copenhague usa bicicleta para ir ao trabalho ou à escola, utilizando ciclovias que cruzam toda a cidade. Mesmo com a neve que caiu durante alguns dias da conferência, os habitantes não se importaram e continuaram a pedalar. Curioso é que, por lei, em Copenhague, a neve deve ser retirada primeiro das ciclovias, e só depois das pistas para carros. E nas ciclovias de Copenhague circulam mulheres e homens, ricos e pobres, velhos e jovens, operários e executivos.

Nos últimos anos, a prefeitura da cidade investiu mais de US$ 50 milhões na construção de ciclovias e na segurança dos ciclistas. Cerca de 30% da população se desloca com automóveis, 30% usa o transporte público (ônibus, trem e metrô de excelente qualidade) e 40% pedala — um índice que a prefeitura pretende elevar em breve para 50%. Entre os benefícios para a sociedade estão menos poluição, incluindo a sonora, mais saúde e uma maior sensação de segurança. E com a diminuição de carros circulando e estacionados, sobra mais espaço para áreas de lazer, parques urbanos, comércio e outras atividades.

A substituição do carro pela bicicleta é tendência no mundo todo. O movimento ciclista ganhou força nos últimos anos e ajudou a repensar os espaços ocupados pelo carro em metrópoles como Nova York, por exemplo. A secretária de transportes da cidade, Janette Sadik-Khan, vai de bicicleta para o trabalho e criou cerca de 300 km de ciclovias desde 2006.

Jan Gehl, urbanista dinamarquês e um dos responsáveis pela revolução nos transportes de Copenhague, defende que as cidades priorizem ciclistas e pedestres, e afirma que uma boa cidade é aquela em que os moradores têm vontade de sair de casa, estar nas ruas — e não no shopping. Em Brasília faz-se o contrário: é uma cidade que privilegia os carros, e não as pessoas, pedestres e ciclistas.

Para Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, que revolucionou o transporte público naquela cidade, numa cidade moderna o progresso não significa ter mais pessoas usando carros. Nas cidades mais avançadas do mundo, como Zurique e Tóquio, as pessoas quase não usam automóvel. Para ele, uma cidade verdadeiramente avançada é aquela em que os ricos usam transporte público, caminham e vão a parques.

O novo prédio-sede do Ibram está sendo adaptado para os servidores ciclistas, com bicicletário, chuveiros, armários e local para descanso. Também estamos criando alternativas de trilhas em parques e unidades de conservação, como a Trilha da Lua Cheia, realizada todos os meses, à noite, no Jardim Botânico. Recentemente mais de 80 ciclistas participaram de um passeio na Estação Ecológica de Águas Emendadas, em um processo muito rico do ponto de vista de educação ambiental. Sabemos que ainda é muito pouco. Porém, já é uma pequena contribuição para tentarmos inverter a lógica nefasta que ainda impera no transporte em Brasília, e que tantos transtornos e prejuízos têm causado à nossa sociedade.

terça-feira, 15 de junho de 2010

DICA PARA OS JOGOS DA COPA!


Foto: http://blog.ta.org.br/up/t/tr/blog.transporteativo.org.br/img/mai.JPG


Você está chegando atrasado em casa para ver os jogos do Brasil na Copa do Mundo devido ao trânsito maluco de carros nas horas que antecedem os jogos? – Segue uma dica bem simples: “VÁ DE BIKE” para o serviço ou para a escola que certamente você vai chegar rápido em casa e poderá degustar as vitórias e uma cervejinha com mais sabor!


Foto: http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/070/imagens/bike_campanha.gif

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Por um trânsito mais humano

Em nossa cidade, a prefeitura tem se preocupado em garantir o espaço dos carros, inclusive com a construção de edíficios de estacionamento. Seria bom que nossos governantes conhecessem o exemplo de Bogotá-Colômbia e repensassem suas atitudes e metas.



Como bem disse o prefeito de Bogotá, estacionamento não é problema do poder público.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Um local para as pessoas


Para saber mais: ARQ!BACANA
A demolição da antiga rodoviária tem causado bastante polêmica, mais uma vez a especulação imobiliária é mais importante que a história da cidade. Seria interessante propostas mais humanas e sustentaveis para a utilização do espaço. A imagem acima é a proposta que a arq norte-americana Annie Scheel apresetou e venceu o “Sustainable Design Competition 2010”, concurso de idéias promovido pelo “Conselho de Construção Verde de Delaware Valley”. O projeto visa oferecer serviços específicos para ciclistas como: restaurantes, vestiários com duchas, oficina de reparo, lojas para venda e aluguel de bicicletas e, obviamente, um estacionamento para as bikes.

Seria uma excelente oportunidade para associar o transporte coletivo ao uso de bicicletas, que já é realidade em algumas cidades brasileiras como Rio de Janeiro e Blumenau. É preciso pensar a cidade para as pessoas e não para os carros ou interesses imobiliários, seria bem interessante ver os espaços centrais repensados, a diminuição das vias, a redução da quantidade de carros no centro, a avenida Getúlio Vargas se transformar num enorme calçadão.

terça-feira, 1 de junho de 2010

ESTACIONAMENTOS VERTICAIS II

Esse tipo de investimento vai requerer um público específico circulando de carro no centro da cidade, por isso, estamos próximo de acreditar que em Maringá, circular de carro no centro deverá ter o seu preço. Para estacionar já até tem, pois um pouco já se paga, embora o incômodo maior parece ser a falta de vagas. Alguém já ouviu falar em pedágio? Pois é, o primeiro mundo já adotou e não porque são mais exploradores ou mais capitalistas e sim porque perceberam que o centro da cidade flui melhor com menos carros e, portanto oferece mais espaço para pedestres, ciclistas e coletivos. Desse modo, o dinheiro pago por aqueles que pagam pelas regalias e conforto do transporte individual custeia melhorias no transporte coletivo e alternativo.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

CAMPANHA DE TRÂNSITO


Foto: O diário

Campanhas de trânsito em Maringá voltadas a motoristas imprudentes devem ser fortes mesmo. (CBN) - (ODiário) Mas a dramatização realizada pela Setran sobre idosos desestimula o pedestre sair às ruas, principalmente os idosos, como se a culpa em todos os casos fosse do pedestre e não da ausência de redutores de velocidade, motoristas imprudentes, inexistência de sinaleiros para pedestres e de uma política de mobilidade que está voltada exclusivamente para o carro em Maringá.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

ESTACIONAMENTOS VERTICAIS


Foto: http://www.zaroio.com.br/i/o/2008121803410915.jpg

O mais novo projeto de trânsito a entrar em prática em Maringá é a substituição das espinhas de peixe da Avenida Brasil por uma via exclusiva de ônibus. Enfim, uma atitude que não preze apenas pelas necessidades dos carros. Mas a compensar já está em discussão um projeto para construção de estacionamentos verticais para suprir a carência de vagas no centro da cidade, como se isso tivesse solução. De que adianta eu ter espaço para estacionar se para chegar até o centro de carro, demorarei horas, em um futuro muito próximo? – A próxima solução será um prédio de avenidas? Só se pensa em projetos milionários e que são imediatistas. Soluções simples, baratas e alternativas que existem aos montes e que o primeiro mundo já usa ninguém pensa.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Fluidez no trânsito

Muito se tem falado que os binários aumentaram a fluidez no trânsito no sentido Norte-Sul, mas com isto também percebe-se o aumento de velocidade. O aumento de apenas 5 km/h pode representar uma grande diferença em termos de frenagem, pense nisto.

sábado, 8 de maio de 2010

ATROPELAMENTOS


Foto: http://adrianogatto.files.wordpress.com/2008/03/5498.jpg

O número de atropelamentos em Maringá preocupa, principalmente aos transeuntes da melhor idade. Somente nos últimos 3 dias foram dois casos. Quais as razões desse problema? Alta velocidade dos veículos? Imprudência dos pedestres? Poucas faixas de segurança? Ausência de fiscalização da velocidade dos veículos? Carência de redutores físicos de velocidade como quebra-molas? Poucos sinaleiros? – Talvez a combinação de vários destes fatores, mas a realidade otimista desse problema é que ele reduzirá muito no futuro do trânsito de Maringá, pois os carros estarão o dia todo praticamente parados nas vias por falta de espaço e a tiazinha e o tiozinho da melhor idade, mesmo de bengala, vai deixar qualquer carro desses de luxo do maringaense no chinelo para chegar ao destino.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

PROPAGANDA do PEUGEOT 307



A Peugeot está com um comercial no ar que representa muito bem porque o governo investe milhões de dólares em infra-estrutura para o trânsito que continua sendo ineficiente. A média do número de pessoas que ocupam um mesmo veículo nas cidades é de menos de 2 pessoas. Um verdadeiro desperdício de espaço e recursos particulares e públicos.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Av. BRASIL E O TÚNEL PARA TRANSPOR A UEM

Essa é a intenção do poder público de Maringá, segundo entrevista do nosso secretário de planejamento urbano concedida à CBN Maringá. De acordo com o secretário já existem recursos disponíveis para a obra, que são de 2 a 3 vezes maiores que a construção de um contorno da universidade. Diante disso, fica cada vez mais evidente a priorização de gastos públicos para atender os luxos do maringaense motorizado, que não abre mão nem um pouco da sua armadura, o carro. É uma obra e tanto, benefícios certamente haverá, mas será que essa é a prioridade dos gastos públicos? – Maringá parece caminhar na contramão dos países desenvolvidos quando nos referimos ao trânsito. A luta por resolver o problema de fluxo (de carros) é incessante e me parece que ela terá que ser resolvida a qualquer custo. Mas sinceramente, essa prioridade por mais vias, mais ruas, sinalização, radar eletrônico etc, é uma tremenda injustiça com o dinheiro dos contribuintes, principalmente daqueles que não possuem carro.

E a Avenida Brasil também já conquistou seus recursos para uma revitalização. Resta saber se este novo vigor e a nova vida que se pretende dar à Av. Brasil estejam voltadas para uma melhor mobilidade para as pessoas e não para os carros.

domingo, 2 de maio de 2010


Muitas pessoas reinvindicam a ampliação dos espaços destinados especificamente para a circulação de pessoas utilizando bicicletas. Há vários tipos de vias cicláveis, dependendo da segregação entre ela e a via de tráfego de automóveis:

"* tráfego compartilhado: não há nenhuma delimitação entre as faixas para automóveis/bicicletas ou pedestres/bicicletas , a faixa é somente alargada de forma a permitir o trânsito. * ciclofaixa: é uma faixa das vias de tráfego, geralmente no mesmo sentido de direção dos automóveis e na maioria das vezes ao lado direito em mão única. Normalmente, nestas circunstâncias, a circulação de bicicletas é integrada ao trânsito de veículos, havendo somente uma faixa ou um separador físico, como blocos de concreto, entre si. * ciclovia: é segregada fisicamente do tráfego automóvel. Podem ser unidireccionais (um só sentido) ou bidireccionais (dois sentidos) e são regra geral adjacentes a vias de circulação automóvel ou em corredores verdes independentes da rede viária." Fonte: Wikipédia

Em Maringá temos poucos espaços destinados ao trânsito de bicicletas:
''Ao todo, são seis pistas, somando 19,7 quilômetros, distribuídos nas avenidas Colombo, Mandacaru e Pedro Taques e ao redor do Bosque dos Pioneiros e do Parque do Ingá, mas que não são interligadas. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, mais uma será construída em breve, entre a Avenida Tuiuti e o viaduto da Avenida Guaiapó, com 700 metros de extensão. " Fonte: O Diário do norte do Paraná

Geralmente quem constrói estes espaços nunca pedalou ou consultou alguém que use a bicicleta no seu dia a dia, é fácil constatar os problemas existentes nestas vias:
Avenida Colombo: particularmente desconheço onde exista qualquer espaço destinado ao trânsito de bicicletas, se alguém souber deixe um comentário.
Avenida Mandacaru(ciclovia): A mais problemática de Maringá e talvez a mais cara do país . Construída no canteiro central e com interrupções no cruzamento, coloca em risco a segurança do pedestre. Embora o Código de Trânsito determine que a preferência é do ciclistas, os carros não respeitam a prioridade e os pedestres insistem em usá-la como pista de caminhada, apesar das inúmeras placas educativas espalhadas em sua extensão, além disto as guias rebaixadas são tão altas ou mal feitas que os ciclistas preferem transitar pela avenida.
Solução: Diminuir as interrupções nos cruzamentos a exemplo da ciclovia da avenida Pedro Taques, torna-la uma via de tráfego compartilhado permitindo a segurança do ciclista e do pedestre.
Avenida Pedro Taques(ciclovia): Embora construída no canteiro central, possuí poucas interrupções nos cruzamentos, certamente é a melhor via para trânsito de bicicletas e a mais utilizada da cidade.
Bosque dos Pioneiros(Bosque II) e Parque do Ingá(ciclovias): Muitos desconhecem(ou ignoram) sua existência. Os bosques possuem duas faixas de circulação no seu entorno, as vias externas "teoricamente" são ciclovias pois embora estejam sinalizadas com placas raramente são utilizadas, só servem para "engordar" estatísticas referentes a kilometragem das ciclovias em nossa cidade, visto que, além de não utilizada, é uma via para lazer e não de deslocamento efetivo.
Parque do Ingá(ciclofaixa):Localizada na avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, possuí sinalização horizontal(asfalto) e é bastante utilizada pelos ciclistas que treinam ou passeiam pelo local tendo como maior problema o trânsito de automovéis no local.
"Supervia Leste-Oeste"(Túnel do trem-ciclovia): Simplesmente pintar o chão de vermelho, não torna o passeio em ciclovia, não existe nenhuma placa ou sinalização que caracterize a"calçada vermelha" como ciclovia. Além disto existem algumas interrupções, sem a construção de guias rebaixadas, que obrigam o ciclista retornar a via de trânsito dos veículos motorizados.

sábado, 1 de maio de 2010

REALIZADA IV BICICLETADA EM MARINGÁ


(Foto: http://bicicletadamaringa.blogspot.com/) R. A.

Sexta-feira (30/04) foi dia de BICICLETADA em Maringá. O evento contou com a participação de mais de 30 pessoas, cada um com sua bicicleta, mostrando aos motoristas, uma viável alternativa para o problemático trânsito de Maringá. O grupo saiu por volta das 19:15hs da Catedral e percorreu algumas avenidas no centro da cidade, fazendo uma parada em frente ao Shopping Avenida Center para distribuir panfletos para os pedestres e motoristas, de modo a incentivar as pessoas a refletirem sobre qual cidade queremos viver. Uma cidade para os carros, ou para nós, pessoas?
Em seguida o grupo seguiu em ciclopasseata até a avenida Mandacarú e percorreu um trecho da ciclovia que alguns pedestres e motoristas parecem não saber que ela existe.

Fotos da bicicletada, AQUI:

terça-feira, 27 de abril de 2010

BICICLETADA essa Sexta-feira, dia 30-04



Na próxima sexta-feira, dia 30 de abril acontecerá em Maringá a IV BICICLETADA, uma ciclopasseata pelas ruas, avenidas e /ou ciclovias da cidade com objetivo de reivindicar mais espaço e segurança para os ciclistas nas vias públicas.

(Saída da Catedral as 19hs)



O movimento, que não possui líderes, procura incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte e pretende sensibilizar as autoridades sobre a fragilidade dos ciclistas no trânsito de Maringá. Por isso, a Bicicletada questiona a real eficiência da política de mobilidade urbana instalada na nossa cidade.



Pegue sua bicicleta, skate, patins ou qualquer meio alternativo e participe. O trajeto será curto, passando por algumas avenidas e ciclovias centrais.



Para quem quiser saber mais sobre o movimento e inclusive ajudar na sua organização e promoção, segue alguns links:



www.bicicletadamaringa.blogspot.com



www.bicicletada.org/maringa




http://br.groups.yahoo.com/group/bicicletadamaringa/



PASSEIO CICLÍSTICO

No último domingo tivemos um grande passeio ciclístico em Maringá. Parabéns aos organizadores por esta iniciativa e a todos que pedalaram. Só esperamos que os participantes deste passeio um dia percebam que uso de bicicleta não é só para o lazer e esporte. O uso de bicicleta em Maringá pode representar uma importante ferramenta para transformar o trânsito em Maringá mais humano, reduzindo número de carros nas vias. Experimente ir ao trabalho ou à escola de bicicleta também, pois certamente será bastante prazeroso e talvez chegue mais rápido.

O CUSTO DE UM CARRO!

Uma matéria do jornal O DIARIO mostra alguns dados interessantes sobre a infinidade de custos que temos para manter um carro. Dentre os gastos, que passam pelos impostos, pelo combustível, óleos, etc, ainda temos o seguro e a manutenção. A grande verdade é que para quem usa muito pouco um carro, a conta precisa ser colocada na ponta do lápis. Além dos números que a matéria mostra, é muito importante um proprietário de um carro tomar conhecimento de que 85% da energia gasta pelo seu motor é para locomover o seu próprio peso e que este ocupa um espaço considerável das vias públicas, portanto é necessário otimizar o seu uso e não transformá-lo em um meio de transporte individual, como tem sido utilizado. Deste modo, cada um com seu carro, os custos aumentam por meio de impostos que pagamos para investimentos em vias, sinalização, estacionamentos e infinitos custos hospitalares derivados de acidentes e da poluição.

Veja a matéria no jornal O DIÁRIO: http://www.odiariomaringa.com.br/noticia/241320